terça-feira, janeiro 10, 2012

Saúde bucal não sai de férias

Verão e férias, quando combinados, são sinônimos de se desligar dos problemas e só curtir a vida. Todo mundo só quer saber de sol, praia e diversão. Entretanto, para que isso seja possível é preciso que haja uma boa preparação que vai além do check list de malas, estadia, transporte e afins. Cuidados preventivos com a saúde bucal antes de partir para seu destino de férias pode precaver uma dor de dente inesperada, gengiva inflamada, dente quebrado ou obturação infiltrada que podem acabar com o passeio tão esperado e planejado. Afinal de contas, se já não é nada agradável ter um problema de saúde ou odontológico com todo o conforto de casa, imagine quando se está viajando de férias e em um lugar desconhecido.

“É importante ir ao dentista antes de viajar para, por meio de um exame clínico e radiográfico, indolor, fazer uma avaliação detalhada da cavidade oral e evitar surpresas desagradáveis, que podem surgir quando não se faz a prevenção adequada”, orienta a cirurgiã dentista especializada em endodontia e membro da Associação Brasileira de Odontologia e da Associação Americana de Endodontia (AAE) Teresa Chacur de Miranda.

A professora Cristiane Santos, 34 anos, passou por uma experiência desagradável como essa. “Estava curtindo uma segunda lua de mel com meu marido em Búzios e o curativo de um dente caiu. Tudo que batia ali, doía. Não procurei uma emergência, esperei o final de semana acabar para voltar ao meu dentista para ele tratar”. De acordo com a especialista, transtornos comuns, como cáries profundas, abscessos dentários e inflamações na gengiva, podem ser facilmente evitados se as visitas ao dentista forem regulares. Além disso, dores nas têmporas e na mandíbula, má-oclusão e lesões nas mucosas da cavidade oral completam a lista de incômodos que, embora menos comuns, também podem ser prevenidos com consultas frequentes.

Como forma de se livrar de dores inconvenientes e aproveitar o resto da viagem, a cirurgiã dentista elaborou uma breve lista de cuidados especiais com a saúde bucal, que podem ajudar muito em situações de emergência:

A quem recorrer?

Quando se está em um local pouco conhecido, ao sentir dor, desconforto ou sofrer algum tipo de acidente que comprometa a integridade dos dentes, o mais indicado é buscar indicação na recepção do hotel em que se está hospedado ou seguir a orientação do seguro de saúde viagem, altamente recomendado pela especialista por ser uma opção confiável e que acaba diminuindo os custos de uma consulta em cima da hora, caso necessária.

Posso utilizar remédios?

Uma alternativa, que só deve ser utilizada em casos extremos e que atua apenas como solução temporária, é apelar para os analgésicos e anti-inflamatórios, de acordo com a situação. Quando a intenção é se preparar para qualquer imprevisto, a dentista aconselha que se leve na bagagem um verdadeiro “arsenal” de medicamentos, que atuam como medidas paliativas, em todas as viagens. Esses remédios emergenciais, no entanto, devem ser indicados por um especialista na consulta anterior à partida.

Viajar com remédios para alívio imediato das dores é fundamental. No caso da dor de dente, por exemplo, analgésicos suaves podem ajudar. Também é bom levar anti-inflamatórios, que atuam muito bem atenuando dores intensas, irradiadas e persistentes. Como também é comum que surjam infecções, o ideal é que o paciente tenha sempre na bolsa um antibiótico, mas sempre lembrando que as recomendações devem obedecer rigidamente as limitações de saúde de cada indivíduo, bem como suas alergias.

E depois de medicado?

O mais indicado é evitar mastigar no lado comprometido, mesmo quando já medicado, como forma de manter o incômodo sob controle. Se o comprometimento for na gengiva, o ideal é abusar da escova de dentes e do fio dental, mesmo sentindo que a região está sensível, além de bochechar ao menos três vezes ao dia com líquidos antissépticos, que minimizam a ação de bactérias passíveis de gerar inflamações.

E se eu quebrar um dente ou ele cair?

Os casos de traumatismos nos dentes são os mais preocupantes durante uma viagem, pois a conduta do paciente no momento da fratura é determinante para o sucesso da restauração, quando ela é possível. Assim, se a pessoa quebrar uma parte considerável do dente, que possa ser colada novamente, o ideal é guardar o pedaço em soro fisiológico ou água até chegar ao consultório do dentista. Em casos em que a quebra expõe o nervo, é bom correr, porque a dor vai aumentar com o passar das horas.

Já quando um dente sai totalmente da boca, o ideal é segurá-lo sem tocar na parte da raiz, e colocá-lo imediatamente no lugar, até que se possa chegar a um atendimento odontológico de emergência. Outro detalhe: nunca se deve lavar, desinfetar ou secar o dente, pois isso pode gerar danos à sua raiz, que diminui as chances de sucesso do implante, quando necessário. Pode acontecer também de o dente se movimentar para fora da boca ou entrar na cavidade dentária. Assim, nada pode ser feito além de se limpar a boca e procurar o dentista, que fará os primeiros socorros e atendimento necessário. Independente do caso, é o dentista quem também vai diagnosticar alguma fratura na face, no maxilar ou na mandíbula, que costumam acompanhar esse tipo de quadro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário